Ingressei no curso de Psicologia da PUCMINAS em 2003, mas fui me encontrar verdadeiramente neste curso no quarto período, a partir das influências do professor e mestre Antonio Angelo Favaro Coppe que é, além de tudo, um amigo nos dias de hoje. A partir deste momento, comecei a frequentar o IHP (Instituto Humanista de Psicoterapia), no bairro Prado, aqui em Belo Horizonte, onde iniciei o meu primeiro grupo de estudos na Abordagem Centrada na Pessoa, conduzido pelo próprio Coppe e pela Professora Maria Luiza Rocha de Andrade. No próprio IHP, conheci o falecido Escípio da Cunha Lobo, um dos maiores influenciadores positivos que já tive contato e de quem também me aproximei posteriormente.
Em 2004, houve um divisor de águas para mim: a vivência na minha primeira imersão (grupo de encontro). Tive a imediata certeza que estava diante de um dos maiores acontecimentos da minha vida, além de saber que algum dia trabalharia com esta ferramenta. Tomei a decisão de participar de todas as imersões subsequentes e assim o fiz até 2011, quando comecei a intercalar entre ser participante e ser terapeuta. Desde então, sigo trabalhando com esta intervenção, centralizando-a como um de meus projetos principais.
Totalmente envolvido com esta perspectiva, acabei tendo outra oportunidade fascinante em 2006: participar do meu primeiro evento internacional de Psicologia. Era o XIII Fórum Latino-americano da Abordagem Centrada na Pessoa em Cochabamba, Bolívia. Foi uma viagem incrível, que me possibilitou conhecer personalidades únicas como Alberto Segrera, um mexicano que muito me ensinou sobre devoção a uma causa e que foi colaborador de Carl Rogers, psicólogo criador da teoria com a qual trabalho. Também conheci Tomeu Barceló, um espanhol que é referência na perspectiva. Este me inspirou e inspira em seu comprometimento com o rigor do conhecimento e das práticas. 2006 ainda teve grande importância por eu ter realizado um estágio extracurricular no Hospital Espírita André Luiz, um hospital psiquiátrico que ampliou meus olhares sobre o sofrimento humano e as formas de intervenção.
Em 2007, fui monitor de um belíssimo projeto universitário sob a supervisão do Professor Escípio da Cunha Lobo e da Professora Ana Maria Sarmento: o Projeto de Assistência Psicológica aos Alunos da PUC, que oferecia atendimentos grátis aos estudantes. Em maio, consegui ser bolsista para um evento mundial da ACP na Espanha, na ilha de Mallorca. Nunca imaginei poder ter trocas tão significativas, teóricas e vivenciais, com pessoas de países tão distintos e que trabalhavam com tudo aquilo que eu visava trabalhar. Ademais, tive o privilégio de conhecer Natalie Rogers, filha de Carl Rogers. Ao final do ano, me formei como psicólogo sendo orador da minha turma: eu já sabia que transmitir uma mensagem sobre aquele rito de passagem era um símbolo para a mensagem que queria transmitir com minha profissão.
O início da vida profissional marcou a entrada no ano de 2008. Decidi por me engajar, imediatamente, em um curso de formação em Abordagem Centrada na Pessoa, sabendo que estes estudos ampliariam meus recursos de atendimento e corrigiriam os problemas da formação generalista universitária. Busquei o Centro de Psicologia Humanista (CPHMINAS).
No mesmo ano, atendi a um evento de porte latino-americano da ACP na Colômbia, em Cartagena de Índias. Ali, comecei a entender o quanto é importante ter frequência de participação em uma comunidade profissional. Já em contato mais assíduo com aqueles que levam adiante o compromisso do aprendizado e difusão de ideias, ao chegar a BH, busquei o Tomeu Barceló para tentar viabilizar uma formação de Focusing em Belo Horizonte, assunto de sua especialidade e missão que carrega como coordenador internacional credenciado. Mais tarde, fechei a parceria com o Centro de Psicologia Humanista (CPHMINAS) para que a formação tivesse uma referência institucional.
Em 2009 terminava minha formação em ACP. Neste mesmo ano, também preparávamos um evento latino-americano da ACP em Ouro Preto, Minas Gerais: eu havia sido convidado pelos diretores do CPHMINAS para participar da Comissão Organizadora. O evento aconteceu em 2010 e foi um tremendo sucesso, contando com 14 países. Tive a oportunidade de conhecer Robert Lee (Bob), outro colaborador de Rogers que é reconhecido por seu grau de representatividade e singularidade. Com ele aprendi sobre a incondicionalidade da experiência humana. Atuei em um pequeno evento onde pude ser seu intérprete, além de termos nos aproximado muito pessoalmente. Nesta época havia formado, por iniciativa própria, um grupo de estudos com colegas da mesma geração e Bob foi inclusive visitar-nos.
Em 2011, comecei a atuar como parte da equipe do CPHMINAS como Coordenador de Projetos, iniciei uma pós-graduação em Temas Filosóficos na UFMG e estive no Fórum Brasileiro da Abordagem Centrada na Pessoa, na Ilha do Marajó, onde pude, inclusive, comemorar a publicação de um artigo em um periódico de renome nacional (Revista do NUFEN). Em 2012, terminei minha formação em Focusing e atendi a mais um fórum Íbero-americano em Olmué, Chile.
Em 2013, finalizei a minha pós graduação em Temas Filosóficos, estudando especialmente Empatia e Neurociências no campo da Filosofia da Mente. Após poucos meses, fui convidado a expor sobre o tema no I Congresso Internacional de Psicologia Existencial / III Congresso Brasileiro de Psicologia Existencial, no Minas Centro.
Em 2014 iniciei o mestrado na UFMG, com o desafio de tentar entender os relacionamentos amorosos conjugais duradouros. Esse árduo estudo foi finalizado em 2016 e defendi minha dissertação em abril. O Professor Tércio Eliphas Leite Barbosa também foi um grande influenciador e amigo neste processo.
Em maio do mesmo ano, estive no evento Íbero-americano da ACP em Punta del Este, Uruguai apresentando um trabalho sobre empatia, fruto dos meus estudos na filosofia. No segundo semestre, fui contratado como professor de Psicologia (área humanista-existencial-fenomenológica) pela Unilavras e pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), mas a quantidade de projetos me forçou a deixar a instituição do sul de minas no início de 2017. Acabei deixando também o UNIBH no meio do ano.
Embora deva parte da minha vida, dos meus conhecimentos e dos meus afetos ao CPHMINAS, onde fiz desabrochar alguns potenciais e pude executar muitos grandes projetos que idealizei sozinho e junto à equipe, onde pude ajudar a promover mais de 30 eventos, entre seminários, palestras, grupos de estudos, cursos de formação, fóruns e congressos, 2017 também foi o ano de deixar a instituição. Depois de atuar como psicoterapeuta, professor, supervisor, facilitador, coordenador de projetos, coordenador do curso de formação e diretor de planejamento, parti para um projeto individual. Ainda que a marca registrada do CPHMIINAS e do INSTITUTO BRASILEIRO DE FOCUSING continuem comigo por ser um dos proprietários, os meus projetos se desviaram para uma outra configuração. Em novembro e para encerrar o ano, estive no encontro mundial da ACP em Buenos Aires, Argentina.
Em 2018, em carreira solo, busquei uma renovação completa. Depois de muitas mentorias e consultorias, decidi por empreender uma marca própria. Isso implicou a renovação de todos os projetos, uma mudança de posicionamento e um novo local de trabalho. Constitui a marca Lucas Albertoni e entrei com pedido de registro. Em maio, estive em um encontro Ibero-americano da ACP em Chapala, Mexico e apresentei, inclusive, dois trabalhos. Este ano também foi importante por causa de uma publicação de outro artigo no periódico mais importante nacional que temos alinhado à nossa perspectiva (Revista da Abordagem Gestáltica): dessa vez o resultado do estudo oriundo da minha dissertação de mestrado.
Passei alguns dos últimos anos ministrando conferências e cursos em vários locais, principalmente em BH, mas igualmente em Teófilo Otoni, São João Del Rei, Lavras, Alfenas, Poços de Caldas, Natal (RN), além das conferências nos próprios eventos da Abordagem Centrada na Pessoa, como o último mundial em Buenos Aires, Argentina ou no anterior que ocorreu no Uruguai. Também tenho realizado frequentemente imersões do tipo Grupo de Encontro (ao menos 3 ao ano) desde 2011.
Os objetivos para 2018 incluem, no mínimo, prosseguir com a missão de aprender e aperfeiçoar para viver da forma mais íntegra, e impactar e transformar pessoas para que possam usufruir melhor do potencial e do afeto que têm. Alguns dos projetos incluem seguir com os seminários, palestras e cursos, seguir com as imersões (grupos de encontro), inaugurar alguns assuntos na psicologia e atender ao evento Íbero-americano da ACP em Chapala, México.
